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Onde estão os seguros para a transição energética?
Riscos de supply chain e IA generativa também dominam debates em conferência de gestão de riscos na França
O que levaria alguém ao litoral norte da França em pleno inverno para enfrentar os ventos gélidos do Canal da Mancha e passar três dias em um balneário deserto?
A resposta é a conferência anual dos gestores de riscos franceses, possivelmente o segundo maior evento do mercado de seguros para empresas em todo o mundo e um dos pontos de encontro das mentes mais inteligentes do setor.
A RSB esteve entre os dias 7 e 9 de fevereiro sofrendo com o frio e a chuva, mas também acompanhando animados (e por vezes acirrados) debates sobre os temas mais importantes em 2024.
Foram discutidos assuntos como a falta de seguros para a transição energética, os crescentes riscos de supply chain e as incertezas sobre a IA generativa, e nesta edição contamos o que aprendemos de mais interessante em Deauville.
Enquanto fazíamos esse sacrifício todo, no Brasil o Carnaval comia solto. Para ajudar nossos leitores a retomar as atividades profissionais com ânimo renovado, nesta semana o acesso à newsletter será gratuito. Boa leitura!
Nesta edição
Falta de seguros para transição energética preocupa as empresas
Em fevereiro, Deauville vira a capital da gestão de riscos e de seguros (Divulgação)
A conferência anual de gestores de riscos franceses é um dos mais importantes eventos do setor de seguros em todo o mundo e um ótimo lugar para identificar os rumos que o mercado está tomando.
Em 2024, alguns temas se sobressaíram em meio a expectativas sobre o possível fim do mercado duro: o papel da indústria de seguros na transição energética; os riscos e oportunidades trazidos pela inteligência artificial generativa e a rápida deterioração dos riscos para as cadeias de abastecimento.
A RSB acompanhou in loco a conferência da AMRAE, a associação francesa de gestão de riscos, no belo (e frio) balneário de Deauville, no canal da Mancha.
Foram três dias de discussões de alto nível em que seguradoras, resseguradoras e brokers fizeram o que puderam para chamar a atenção dos combativos gestores de riscos de algumas das maiores empresas europeias.
Porque os Rencontres de l’AMRAE não são moleza para os atores do mercado. Só neste ano, subscritores foram acusados em alto e bom som de não ajudar com a transição energética, não fornecer coberturas para tecnologias inovadoras, retirar garantias de regiões com exposição catastróficas e ignorar as boas práticas de gestão de riscos de seus clientes.
O resultado de tamanha franqueza é um evento técnico, desprovido de oba-oba e com alta credibilidade. Não é por acaso que a conferência de 2024 atraiu mais de 3,700 participantes, um número que normalmente só é superado pelo encontro da RIMS nos Estados Unidos.
Mais de 3.700 profissionais do risco foram a Deauville (Divulgação)
Seguros para a transição energética
Hoje em dia todo o mundo fala em ESG, e as (res)seguradoras não são exceção, publicando belos relatórios de sustentabilidade, aderindo a acordos internacionais e tocando o bumbo sobre seus investimentos sustentáveis.
Na hora de integrar estas boas intenções a sua atividade principal, ou seja, a subscrição de riscos, a coisa não é bem assim. Ao menos é o que dizem muitos compradores de seguros.
Não nos sentimos apoiados pelos nossos seguradores na transição energética.
As palavras do executivo do grupo cimenteiro refletem uma pesquisa anual da AMRAE que mostra que sua visão é compartilhada por uma maioria dos gestores de riscos franceses.
Fonte: AMRAE
A principal queixa diz respeito ao uso de novas tecnologias que são necessárias para que companhias como a Lafarge possam descarbonizar seus processos de produção.
Hoje a empresa é uma das maiores poluidoras da França, mas pretende reverter completamente esta posição até 2050. Para isso, não pode seguir utilizando as mesmas tecnologias de sempre.
Bergauzy notou que a reconfiguração de cada fábrica de cimento exige investimentos de dezenas de milhões de euros que não vão necessariamente reverter em um aumento de produção. Em outras palavras, é um processo caro e arriscado.
Mas o mercado tem mostrado uma séria reticência em fornecer coberturas de seguros para as novas tecnologias de produção.
Ou seja, as empresas acabam tendo não só que investir grandes quantidades de dinheiro na transição energética, mas também correm um risco mais elevado do que o normal de ver o investimento ir para o brejo.
Sobrevivência em risco
Bergauzy alertou que, se os subscritores creem que assim controlam suas exposições e protegem seus balanços, também correm o risco de perder seus clientes, que buscarão alternativas para se proteger – como as empresas cativas.
Em 30 anos, a indústria de seguros vai estar morta em sua feição atual. Os seguradores não estão levando em consideração a emergência climática da forma mais apropriada.
E não são apenas os gestores de riscos que estão descontentes: a falta de apoio já começa a ser notada por seus chefes também.
Durante o evento, Sylvie Jéhanno, a CEO da Dalkia, uma empresa de energias renováveis, se queixou que os seguros que sua empresa necessita comprar são “muito caros”.
Pior que isso, ela lamentou o fato de que muitas vezes não há coberturas disponíveis para atividades que exigem o uso de tecnologias pouco conhecidas pelo mercado.
Jéhanno citou o exemplo da energia geotérmica, cuja exploração exige escavações debaixo da terra para encontrar fontes de águas termais.
“Isso gera uma certa quantidade de riscos. Trabalhamos com alguma segurança de que vamos encontrar o que buscamos, mas às vezes isso não acontece”, observou.
Para ter a segurança de investir em uma atividade estratégica, mas de retorno arriscado, uma empresa que leva a sério sua situação financeira buscará compartilhar parte deste risco com o mercado de seguros.
“Nós descobrimos que existem algumas coberturas para esse tipo de projeto, mas não foi possível adquiri-las”, disse a executiva.
Não é fácil para ninguém
As seguradoras sentem receios em fornecer coberturas de seguro a novas tecnologias devido à escassez de informação disponível para desenvolver modelos de probabilidade de sinistros.
“Não é um assunto fácil para as seguradoras”, admitiu Jéhanno. “Quando inovamos, não temos um grande volume de dados ou um histórico de custos, por isso é complicado modelizar (o risco).”
De certa forma, porém, as empresas têm motivos para perguntar se não é justamente nestas horas que suas relações com o mercado de seguros e seus investimentos em gestão de riscos deveriam ser recompensados.
Temos que construir a transição energética juntos, e haverá riscos com os quais temos que trabalhar juntos também.
O que querem as seguradoras
Em meio às críticas, representantes de algumas das maiores seguradoras do mundo deram a cara para bater e expuseram suas próprias visões sobre a segurabilidade da transição energética.
Claire McDonald, a Chief Underwriter Officer para seguros de Property, de Engenharia e Marítimos da HDI Global, disse à RSB que as empresas podem ajudar provendo cada vez mais informações detalhadas a seus subscritores.
O compartilhamento de dados tem que ser feito com transparência, e os compradores de seguros precisam ter um conhecimento profundo de seus próprios riscos para que as seguradoras se sintam confortáveis com eles.
Neste sentido, a crescente adoção de empresas cativas pode ajudar, uma vez que elas ajudam as empresas a entender melhor suas exposições de riscos.
Por sua vez, Dorothée Prunier, a vice-presidente sênior de Riscos Ambientais da Chubb, aconselhou as empresas a contactar seus subscritores o mais cedo possível quando estão desenvolvendo projetos de energia limpa.
Dessa maneira, as duas partes têm mais tempo para buscar soluções inovadoras, já que as seguradoras conseguem ganhar um entendimento mais detalhado dos riscos envolvidos.
Isso demandaria porém uma mudança de mentalidade em muitas empresas do setor.
Não façam as coisas da mesma maneira de sempre.
Diálogo
Os indomáveis gestores de riscos franceses dizem que o diálogo tem que servir para tudo, e isso inclui as negociações de preços e condições dos contratos de seguros.
Caso contrário, um dos riscos que vai continuar preocupando as empresas é o da não-segurabilidade, que afeta áreas que vão bem além da transição energética.
Hoje em dia, não é o diálogo que está prevalecendo, segundo Oliver Wild, o presidente da AMRAE.
Ele reforçou durante o evento uma queixa constante das empresas: a de que, desde que começou o mercado duro, os subscritores não dão bola para seus sistemas de gestão de riscos e aplicam restrições de coberturas e altas de preços de forma indiscriminada.
As tarifas e as coberturas de seguros devem ser o resultado unicamente de um diálogo entre segurados, corretores e seguradoras. Às vezes é desconcertante o que acontece. Por exemplo, o ESG se tornou uma obsessão, mas o setor de energias renováveis tem dificuldades em conseguir coberturas.
Pior que isso, muitos compradores se queixam que as seguradoras realmente só se preocupam com os fatores ESG na hora de negar coberturas, seja a atividades que ainda poluem demais, seja em regiões expostas a catástrofes ligadas às mudanças climáticas.
Wild também não hesitou em pintar um contraste entre a percepção de um mercado mais civilizado, transmitida pelas renovações de janeiro, e as dificuldades práticas que os compradores de seguros ainda encontram para obter os níveis de proteção desejados.
“Há pouca coerência em geral entre as políticas de subscrição dos atores de mercado”, afirmou.
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Cadeias de abastecimento de alto risco
Como não podia deixar de ser em um mundo cada vez mais turbulento, os riscos das cadeias de suprimento e suas coberturas de seguros também estiveram entre os temas de discussão mais vivos em Deauville.
Nos últimos meses, os preços dos fretes e das coberturas de seguros marítimos para cargas que atravessam o Canal de Suez dispararam devido aos ataques promovidos pela guerrilha Houthi, no Iêmen, a embarcações que navegam pelo Mar Vermelho.
Mas os especialistas também notam que, no outro lado do mundo, o Canal do Panamá também enfrenta problemas devido à falta de chuvas na América Central, o que forçou a administração do canal a fechar 12 de suas 36 eclusas.
O resultado é que o preço do frete de mercadorias disparou nos últimos meses.
Para driblar este problema, gestores de riscos e seguradoras estão buscando rotas alternativas que reduzam o risco de perda de carga.
Para cargas que viajam da Ásia para a Europa, por exemplo, uma rota cada vez mais usada é o contorno do Cabo da Boa Esperança, no sul da África.
O problema é que esta rota acrescenta várias semanas de duração ao trajeto, incrementando os custos e o risco de que a carga seja danificada.
Produtos farmacêuticos
A farmacêutica Sanofi está tendo que adotar esta solução, o que lhe causa uma série de outros problemas.
Assumimos gastos maiores para evitar lugares onde não há coberturas de seguros disponíveis. Nós damos a volta e alteramos a natureza do risco, mas isso não significa necessariamente que o estamos mitigando.
Ela contou que a Sanofi está enfrentando desafios, por exemplo, para levar produtos feitos na Europa para a Austrália, já que o contorno do Cabo da Boa Esperança acrescenta entre quatro e seis meses à viagem de navio.
O problema é que produtos farmacêuticos têm prazos de validade, e às vezes o atraso é tão grande que os medicamentos acabam caducando.
Além disso, contratos com governos muitas vezes especificam o período em que os remédios devem ser entregues e podem ser cancelados se a entrega é feita tarde demais.
Rússia e Ucrânia
A crise do Mar Vermelho não é a única dor-de-cabeça proporcionada hoje pela supply chain de uma multinacional como a Sanofi.
Lopez relatou que, logo após a invasão da Ucrânia pela Rússia, se tornou impossível conseguir seguros para as atividades da empresa nos dois países.
No caso ucraniano, as seguradoras simplesmente pararam de oferecer coberturas em um território sob bombardeio.
Para levar seus produtos de um lugar a outro no país, a Sanofi teve que prover garantias diretas às empresas transportadoras locais, oferecendo promessas de indenizações ilimitadas aos motoristas e suas famílias em caso de que alguma coisa acontecesse com eles.
Já na Rússia, as seguradoras pararam de oferecer capacidade devido ao regime de sanções imposto ao país pelos Estados Unidos e a União Europeia.
As unidades locais da Sanofi acabaram tendo que contratar apólices com subscritores locais, o que criou problemas de compliance para a empresa, que tem que se assegurar que até os acionistas de suas seguradoras russas estão isentos de sanções.
Para complicar ainda mais, a empresa precisa garantir que qualquer produto entregue nos países em guerra não vão se tornar uma arma no campo de batalha.
Alguns componentes e acessórios, como as agulhas das injeções de insulina, podem ser reutilizados como armas. Também há produtos que foram banidos e já não podem ser entregues. Então tenho que garantir nosso compliance, e isso significa uma infinidade de papelório.
A empresa está tentando reduzir sua exposição através da relocalização de seus provedores de volta à Europa. Mas há limites para o que se pode fazer neste sentido.
“Estamos tentando diversificar a provisão de componentes, mas às vezes não temos opção, já que os alguns provedores possuem um monopólio”, afirmou Lopez.
Percepção do risco já foi bem pior, mas está aumentando outra vez
A inteligência artificial e seus riscos
No ano passado, em Deauville, pouco se falava em inteligência artificial generativa. Neste ano, o tema estava por todos os lados.
Mas ainda fica a percepção de que o pessoal está buscando um equilíbrio entre tirar proveito desta tecnologia emergente e se proteger contra os riscos que ela representa.
Um risco óbvio é o uso da IA generativa para incrementar ataques cibernéticos. Mas especialistas também observaram durante o evento que a tecnologia pode ajudar também a fortalecer os sistemas de defesa.
Já ao argumento de que a IA generativa vai eliminar postos de trabalho foi contraposta ideia de que, na verdade, a tecnologia vai aumentar a eficiência de processos muitas vezes tediosos, como a análise de jurisprudência, liberando mão-de-obra para tarefas mais produtivas.
Um exemplo de profissão que deve ganhar muito em eficiência é a subscrição de riscos complexos, um trabalho definido como “impossível” de fazer bem na atualidade por Benoît Pastorelli, CEO da Continuity, uma empresa que produz sistemas de software para seguradoras, .
Mas também houve quem alertou que o verdadeiro impacto da IA generativa sobre o mapa de riscos das empresas é que ela vai acabar intensificando ameaças que já existem.
A inteligência artificial é mais um acelerador de riscos que um novo risco em si.
Oportunidades da IA
Ronot, que também é o gestor de riscos da consultoria Capgemini, observou que sua empresa está ocupada mapeando os riscos que podem ser agravados pela IA.
Mas ele também disse que a empresa vê a nova tecnologia mais como uma fonte de oportunidades do que de preocupações.
O argumento foi replicado por Oliver Wild, para quem os gestores de riscos devem fazer um esforço para estar cada vez mais envolvidos com a adoção da nova tecnologia por suas organizações.
Nosso papel não é nos tornar experts em IA, mas prover uma metodologia rigorosa para avaliar os riscos e as oportunidades criadas.
Mercado faz fila para levar seus brands a Deauville (Divulgação)
O impacto da crise no Mar Vermelho sobre os seguros
As tarifas para navios de carga que trafegam pelo Canal de Suez sofreram altas importantes nos últimos meses, mas ainda é possível encontrar coberturas no mercado para embarcações que arriscam navegar pela região, segundo a Swiss Re.
Isso pelas características dos seguros marítimos, em que as condições e preços podem ser adaptadas aos navios caso a caso.
Por isso, quem quer cruzar o canal deve esperar preços mais altos e restrições de coberturas, especialmente em riscos de guerra e terrorismo.
Outros impactos da atual crise, segundo a Swiss Re, podem ter a forma de sinistros de lucro cessante, de crédito e de garantia.
A resseguradora também alerta para a acumulação de perdas nos portos que vão ficar mais congestionados pelos distúrbios nas rotas de navegação, e viagens mais longas podem gerar mais sinistros por danos às cargas.
A nota da Swiss Re também observa que as cadeias de abastecimento estão começando a sofrer com a crise. Na Europa, algumas montadoras já tiveram que limitar a produção devido à falta de componentes.
Aon projeta estabilização do resseguro agrícola
Segundo a corretora, a falta de grandes eventos catastróficos afetando o setor faz com as perspectivas de renovação de contratos de resseguro em 2024 sejam positivas.
Em relatório sobre as renovações de janeiro, a corretora observou que isso marcaria uma severa mudança em comparação com 2023, quando cedentes tiveram que encarar aumentos de preços de até 40%.
Na época o mercado estava assustado com as fortes perdas sofridas em 2022 no Brasil e no Canadá. Agora, alguns cedentes que mais sofreram no ano passado podem até esperar alguma retração de preços.
Boas notícias para o seguro agrícola no Brasil, que certamente sofreu com o endurecimento do mercado de resseguros nos últimos anos.
A Aon observa que, em geral, as renovações de janeiro foram menos conflitivas que em 2023, com resseguradoras mostrando mais apetite até mesmo por riscos catastróficos.
No entanto, a corretora observa que os bons resultados dos resseguros em 2023 se deveram em parte à maior retenção de riscos por parte das seguradoras, que tiveram, como consequência, um ano mais difícil.
Ainda assim, a Aon diz que as perspectivas para 2024 são em geral positivas para os compradores de resseguros.
Central de resultados
Os grandes atores do mercado seguem divulgando resultados positivos que deveriam, ao menos em teoria, justificar algo de relaxamento nas políticas de subscrição em 2024.
AIG
O grupo norte-americano reportou significativos aumentos nos volumes de prêmios e queda na sinistralidade das linhas comerciais no ano passado.
O aumento de prêmios foi de 5%, chegando a US$ 26,7 bilhões. O índice combinado caiu de 91,9% para 90,6%, de modo que o faturamento líquido da atividade de subscrição em linhas comerciais fechou 2023 em US$ 2,35 bilhões, 15% maior que no ano anterior.
Somando a performance dos investimentos ligados aos prêmios dos seguros de linhas comerciais, o resultado líquido do ano foi de US$ 5,37 bilhões, um aumento de 21%.
As unidades com melhor desempenho fora a Lexington, que provê acesso a capacidade offshore para clientes nos EUA, e a área de Global Specialty.
Mapfre
Já a Mapfre reportou um crescimento de prêmios de 9,7% em todo o mundo em 2023, chegando a €26,9 bilhões.
O aumento do volume de prêmios foi de 7,7%, com as linhas de seguros gerais contribuindo com 10,9%, e o índice combinado caiu de 98% para 87,2%. Nos segmentos não-vida, a queda foi de 70,6% para 69,6%.
Por sua vez, A Mapfre Re fechou o ano com um aumento de prêmios de 12% em prêmios de resseguros, chegando perto de €7,4 bilhões.
Já o lucro líquido do grupo fechou o ano em € 692 milhões, um incremento também de 7,7%.
No Brasil, os prêmios cresceram 5,9%, e a unidade local contribuiu com €233 milhões aos lucros líquidos do grupo. Os seguros rurais marcaram o passo com 7,4% mais prêmios que no ano anterior.
O índice combinado dos seguros gerais no Brasil ficou em 69,8%, também ajudado por uma redução na sinistralidade da carteira rural.
As operações da Mapfre na América Latina responderam por mais da metade dos lucros do grupo em 2023.
Em destaque
Google no Lloyd’s?
A imprensa especializada noticiou que a big tech americana está em negociações para formar uma cativa de resseguros em forma de sindicato no mercado do Lloyd’s londrino.
A formação de cativas-sindicatos foi aprovada no ano passado por legisladores britânicos. O Reino Unido também está avaliando facilitar a aprovação de cativas de resseguro no país.
A eventual instalação do Google no Lloyd’s poderia dar um impulso para o Reino Unido no mercado de cativas, que anda muito quente desde o início do mercado duro. A França já atualizou suas regras para competir no setor.
O Google estaria desenhando sua cativa-sindicato em parceria com a Apollo, uma MGA londrina.
The Insurer destaca o mercado brasileiro
Publicação que acaba de ser comprada pela gigante de mídia Thomson Reuters destaca o novo interesse das seguradoras e resseguradoras globais pelo Brasil.
A matéria é assinada por este seu correspondente. Clique aqui para lê-la (exige assinatura).
Itaú compra Insurtech de seguro garantia
A Avita é uma corretora especializada em garantia judicial que investe na digitalização do segmento.
Brasileiro lidera Crawford na América Latina
Leonardo Semenovitch, que era o country leader da corretora no Brasil, agora será o seu presidente para toda a região.
Gallagher reforça área de Transportes
Alan Oliveira Castelo Branco foi indicado como novo diretor de Transportes da corretora.
Daniel Lamboy é o novo CUO da Latú Seguros
Executivo foi ex-chefe de cyber da Marsh e também já passou por Tokio Marine, AIG, Chubb e Unimed.
Horiens organiza Jornada de Cibersegurança
Evento será realizado no dia 21 de fevereiro, às 15h, no Parque da Cidade, em São Paulo.
Entre os temas a serem discutidos pela corretora está o seguro cibernético.
XVI Congresso Brasileiro de Direito de Seguro e Previdência
Advogados especializados se reúnem no dia 14 e 15 de março no Rio de Janeiro.
Na pauta, temas como a reforma do Código Civil e os seguros de transporte.
Clique aqui para saber mais.
Coface analiza riscos de crédito na América Latina em webinar.
Evento online será no dia 29 de fevereiro e vai tratar do Brasil, Chile e Argentina às 11h.
Antes, às 8h, o tema é o México, e às 9h, os mercados andinos.
Clique aqui para ter mais informações.
Gerentes de riscos britânicos temem mais o risco cyber
É o que diz pesquisa da Airmic, a associação de gestores de risco do Reino Unido.
Top five riscos para as empresas britânicas
Cyber
Mudanças regulatórias
Riscos geopolíticos
Incerteza política
Riscos macroeconômicos
Edições anteriores:
RSB # 2 - Mais capacidade de resseguro à vista?
RSB # 1 - Seguro cyber caro chegou para ficar
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