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João Fontes (AIG): Volta de apetite por risco é importante para o mercado cyber

Após um período de subscrição mais conservadora, o mercado de seguros cibernéticos está voltando a mostrar apetite pelos riscos das empresas brasileiras.

Isso faz com que empresas como a AIG já planejem aumentar o volume de contratação de apólices através de ferramentas automatizadas, contou João Fontes, superintendente de Financial Lines Brasil na empresa, à RSB.

Leia abaixo os principais trechos da entrevista:

RSB - Gestores de risco dizem que o seguro cibernético está muito caro. Como você vê o estado atual dos preços?

João Fontes - A gente tem que levar em consideração que as seguradoras estão buscando um equilíbrio entre prêmio emitido e sinistro pago. Quando a gente entrou na pandemia, o número de ataques cresceu, e as seguradoras entenderam que precisavam se proteger mais. A forma de proteção são termos e condições às vezes mais duros, incluindo prêmios e franquias maiores.

A AIG, por exemplo, preferiu ser conservadora nesse momento de muita dificuldade do mercado, com aumento de sinistralidade bastante elevada, principalmente caso de ransomware, o que levou ao chamado endurecimento do mercado.

Mas nós temos visto um mercado com mais apetite, e isso é muito importante para o seu desenvolvimento.

Qual é a oferta da AIG em seguros cibernéticos?

A gente divide o seguro cyber em coberturas de primeira parte e aquelas coberturas de terceira parte.

Na cobertura de primeira parte, a partir do momento em que há o incidente em que há uma violação, o cliente já tem direito às coberturas porque ele próprio sofreu uma perda.

Já as coberturas de terceira parte são as coberturas de responsabilidade, ou seja, há necessidade de uma reclamação de um terceiro para que o gatilho da apólice seja ativado.

Dentro das coberturas de terceira parte se incluem os custos de defesa, eventuais multas e penalidades, responsabilidade por dados pessoais e corporativos dos terceiros, e as responsabilidades por dados pessoais de terceiros vazados por empresas terceirizadas.

A partir do momento em que há um incidente, o cliente pode ligar para o número 0800 que a seguradora oferece para entrar em contato com um serviço de especialistas contratados pela AIG.

A partir disso, há coberturas como os serviços de perícia de um forense digital pra entender o que aconteceu e até restabelecer os dados, se possível.

Também se cobre o custo para restauração e recuperação dos dados e o custo de restituição na imagem pessoal ou da sociedade. Por exemplo, pela contratação de um de um assessor de imprensa que possa auxiliar nesse momento.

Algumas das coberturas que têm sido mais relevantes ao longo desse desses anos são as de lucros cessantes. Existe uma franquia de tempo para isso, dependendo da análise do risco

O que inclui uma cobertura de gastos com notificação e monitoramento, que passa a ser uma das recomendações da LGPD, ou seja, notificar clientes e fornecedores de que houve um ataque e dados foram vazados.

Finalmente, há o pagamento de resgate, caso seja exigido, em casos de extorsão por ransomware.

Que capacidade a AIG oferece para o risco cyber?

Temos dois modelos de subscrição. Um deles é por meio de um portal onde o corretor pode emitir a apólice de forma automática. O limite com esta ferramenta é de até R$ 10 milhões, para empresas que faturem até R$ 150 milhões. Em breve esperamos ampliar esta ferramenta.

Em outro modelo, as cotações são feitas manualmente. O subscritor faz a análise do risco, há um questionário específico de ransomware, e em algum casos fazemos entrevistas com o cliente, com a participação de nosso engenheiro cibernético. Nesses casos temos colocado entre R$ 25 milhões e R$ 30 milhões de capacidade.

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