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Paul Connoly (Carpenter Marsh Fac): Aumenta apetite do resseguro facultativo pelo Brasil

O resseguro facultativo está mostrando um crescente apetite pelo risco brasileiro, e isto está se refletindo, ainda que gradualmente, em melhores preços e condições para alguns tipos de riscos.

Em entrevista à RSB, Paul Conolly, CEO da Carpenter Marsh Fac no Brasil conta quais são as perspectivas para o segmento em 2024:

RSB - Como está a demanda por resseguro facultativo no Brasil?

Paul Conolly - Cada linha de negócio está se comportando de um jeito diferente. O mercado de D&O está bem agressivo, com reduções fortes em taxa, e o mercado dando bastante desconto para os clientes.

Em energia e property, a gente está vendo uma estabilidade, com uma tendência de baixa, mas não forte.

Clientes que não tiveram sinistralidade e estão com bons resultados têm conseguido renovar com desconto de até 5% a 7%.

É até um pouco surpreendente, não achei que a gente fosse ver essa mudança agora.

A gente vê uma certa estabilidade no marine também, e o cyber é interessante. Há desconto, mas são poucas as apólices que estão renovando.

O cyber é um seguro ainda muito novo no Brasil. Mas há muito interesse dos resseguradores pelo cyber em primárias, o que antes não existia.

Em linhas de construção, a competitividade é enorme. Houve poucos projetos grandes no Brasil recentemente, Quando há algum o pessoal corre atrás das seguradoras.

Quais são as tendências para 2024?

Eu vejo todas essas tendências se intensificando.

Bons clientes que têm um bom risk management vão começar a ver mais descontos e condições mais benéficas. E isso em praticamente todas as linhas.

Também pode haver muito mais investimento em infraestrutura. Alguns projetos que estavam engavetados, em compasso de espera, podem acabar saindo.

Então temos uma expectativa grande de crescimento do volume de prêmios, o que durante muito tempo a gente não via.

Além disso, os resseguradores começaram a devolver um pouco do aumento que tiveram nos últimos três anos.

E pode haver mais capacidade disponível para os cedentes brasileiros?

Hoje temos cerca de 200 resseguradoras oferecendo capacidade no Brasil, e outras 20 a 25 que operam no país sem estar registradas, através de fronting ou retrocessão. O número de players deve seguir aumentando na medida em que o mercado vai testando o Brasil e gerando interesse para que mais se registrem aqui.

Também vemos um crescimento grande de MGAs em Miami e em Londres. As resseguradoras se valem das MGAs para operar onde elas não têm know-how. O resultado é que a gente vê cada vez mais interesse pelo risco brasileiro e mais oferta de capacidade.

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