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Paulo Mantovani (Marsh): Plano de contingência é condição básica para projetos de energia

Paulo Mantovani, diretor de Energia e Mineração na Marsh, disse em entrevista à RSB que uma gestão de riscos bem estruturada é hoje fundamental para que empresas de energia consigam comprar as coberturas de seguros que seus negócios necessitam.

Quem não tem definido um plano de contingência, por exemplo, vai acabar pagando mais caro pelas coberturas e enfrentará franquias mais elevadas. Leia a seguir os principais trechos da entrevista:

RSB - Como está hoje a subscrição de riscos para projetos de energia eólica?

Paulo Mantovani - Hoje, para oferecer taxa competitiva ou manter a taxa que se tem, o mercado está olhando para aqueles clientes que têm um plano de contingência.

Quando isso acontece, você abre um leque maior para trazer mais capacidade, porque o plano de contingência faz com que o cliente retorne à sua capacidade operacional com mais rapidez.

Por exemplo, o guindaste. A gente sabe que é uma dificuldade, porque há vários parques em construção, e, se cair um aerogerador, vai ser preciso ter um guindaste para poder colocar um aerogerador novo.

Se o cliente mostra que existe um plano de contingência que garante a disponbilidade de um guindaste, que possui um plano de manutenção, que dispõe de transformadores de reserva, o mercado já vai olhar isso de um ângulo diferenciado.

Tudo isso porque o subscritor vai pagar os dias em que o parque fica parado, caso tenha vendido uma cobertura de advanced loss of profit em um programa de seguro de construção, ou de lucros cessantes na parte operacional.

Os clientes têm trabalhado mais na elaboração de planos de contingência?

Isso é algo cultural, mas o que está acontecendo hoje é que é a empresa pode estar comprando capacidade muito mais cara do que poderia comprar.

Logicamente, alguns clientes prospectivos ainda não têm a capacidade de investimento para ter um transformador reserva, mas a gente vai alertando que isso é uma exigência do mercado, e daqui a pouco o mercado vai bater muito forte nesse tipo de coisa.

Ou seja, ter um plano de contingência é algo inevitável, ou o resultado vai ser franquias mais alta e falta de capacidade.

O mercado continua duro para as energias renováveis?

O mercado já não está tão duro quanto estava dois anos atrás.

Hoje é possível conseguir melhores condições, mas ainda tem muito caminho adiante antes que possamos dizer que o mercado está soft.

O resultado disso é que a seguradora e a ressegurador a seguem com um olhar bem criterioso em relação ao risco.

Há algum risco que está especialmente difícil de colocar no mercado?

Alguns riscos na fase de construção, mas isso é algo histórico, não é uma questão de mercado hard ou soft.

Por exemplo, no caso de aerogeradores que são protótipos, que não são uma tecnologia consolidada. O protótipo sempre vai ter um tratamento diferenciado.

E a seletividade do mercado é natural em um momento que não há excesso de capacidade. A ênfase em gerenciamento de riscos, nos planos de contingência, veio para ficar.

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