Saúde, mobilidade e energia lideram ranking de riscos ligados à IA

Swiss Re analisa exposições desde o ponto-de-vista do mercado segurador

As empresas tecnológicas são as mais expostas aos riscos da inteligência artificial atualmente. Na próxima década, porém, serão as companhias dos setores farmacêutico e de saúde que terão mais motivos para colocar as barbas de molho.

Um ranking elaborado pela resseguradora Swiss Re também mostra que os setores da mobilidade urbana, energia e média estão entre os mais expostos aos riscos ligados à IA no médio prazo.

Os setores mais expostos aos riscos da IA

Atualmente

  1. Serviços de TI

  2. Energia e outras utilities

  3. Saúde e farmacêutico

  4. Outros serviços

  5. Mobilidade e transportes

  6. Finanças e seguros

  7. Governo e educação

  8. Manufatura

  9. Mídia e comunicação

  10. Agricultura, comida e bebida

Dentro de 8 a 10 anos

  1. Saúde e farmacêutico

  2. Mobilidade e transportes

  3. Energia e outras utilities

  4. Serviços de TI

  5. Mídia e comunicação

  6. Governo e educação

  7. Finanças e seguros

  8. Manufatura

  9. Agricultura, comida e bebida

  10. Outros serviços

Os riscos analisados são aqueles que podem em algum momento ser objeto de coberturas de seguros.

Por exemplo, os riscos de responsabilidade criados por sistemas de IA que mostram viés processamento de dados pessoais; riscos cibernéticos agravados pelo uso da nova tecnologia; uma performance abaixo do esperado dos sistemas de IA; e desrespeito à propriedade intelectual, entre outros.

A resseguradora observa que já há algumas coberturas no mercado para riscos ligados à performance de sistemas de IA, uma linha que deve se expandir bastante no futuro.

E alerta que o mercado vai ter que olhar de perto o impacto das exposições criadas pela IA aos segmentos de danos à propriedade, responsabilidades, propriedade intelectual e responsabilidade profissional.

O viés da saúde

O estudo da Swiss Re afirma que é lógico que as empresas tecnológicas tenham uma maior exposição imediata aos riscos da IA, já que são elas que estão desenvolvendo uma tecnologia que cresce a passos de gigante.

Com o passar do tempo, porém, o que vai influenciar o panorama de riscos ligado à IA é a sua integração ao trabalho diário das empresas.

É aí que os setores de saúde e farmacêuticos se destacam. Para a Swiss Re, eles estarão expostos tanto à maior frequência como à maior severidade das perdas causadas pela inteligência artificial entre todos os setores analisados.

São empresas que já utilizam as ferramentas de IA há vários anos para funções como o desenvolvimento de novos tratamentos, a triagem de pacientes e até o diagnóstico de enfermidades.

Mas a Swiss Re observa que os sistemas precisam ser treinados utilizando os dados da indústria, que são notórios por conter um acentuado viés racial e de gênero.

Se a qualidade dos dados é falha, o resultado no futuro podem ser diagnósticos equivocados, seleção negativa e outros problemas com potencial para acabar nos tribunais.

Energia e mobilidade

Os dois outros setores mais expostos verão os riscos empilharem no seu lado operacional.

No caso da mobilidade urbana e os transportes, a exposição vem pelo lado da crescente autonomia dos veículos, que em grande parte se baseia no uso da inteligência artificial.

De certa maneira, segundo a Swiss Re, as seguradoras vão ter que tomar riscos similares aos que já tomam atualmente com as coberturas de automóveis, uma vez que a fiabilidade dos motoristas humanos está longe de ser perfeita, e estudos mostram que os acidentes podem até cair com a disseminação dos veículos autônomos.

Mas alguns novos fronts se abrem também, como o de ataques cyber em massa afetando grandes quantidades de veículos de uma só vez e novos tipos de responsabilização por acidentes que vão além das empresas automobilísticas para incluir também provedores de software e de sistemas de IA.

Já as empresas de energia, entre outras utilities, enfrentam atualmente a possiblidade de sofrer grandes perdas pela interrupção de seus serviços devido a falhas de sistemas de inteligência artificial.

No médio prazo, as exposições serão impulsionadas pela transformação das redes de transmissão que será exigida pela transição energética, afirma a Swiss Re.

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